Um novo estudo do grupo Dataintelo projeta que o mercado global de grãos de cacau atingirá US$ 20,8 bilhões até 2032, crescendo a uma taxa anual composta de 4,9%. O valor representa um salto significativo em relação aos US$ 13,5 bilhões registrados dois anos atrás. A expansão prevista ocorre mesmo diante de sérios desafios ambientais, logísticos e sociais que continuam a impactar o setor.
De acordo com o relatório, a melhora das projeções financeiras é impulsionada pelo crescimento global dos mercados de chocolate, sobretudo na categoria premium. A valorização de chocolates artesanais e funcionais tem sustentado a demanda, mesmo em meio à instabilidade econômica em diversas regiões.
O ano de 2025 marcou uma forte volatilidade no mercado de cacau. Os preços dispararam, superando os US$ 12.000 por tonelada nos mercados de commodities. Esse patamar, alimentado por déficits estruturais na oferta global — acima de US$ 3.000/ton em relação a dois anos atrás —, foi mantido mesmo com leve retração recente.
O estudo também identificou uma transformação nos padrões de consumo: consumidores estão cada vez mais atentos à sustentabilidade e à rastreabilidade da cadeia produtiva. A preocupação com o fornecimento ético tem influenciado as decisões de compra, especialmente entre o público jovem e urbano.
O aumento da demanda por chocolate amargo, associado a benefícios à saúde cardiovascular e cognitiva, impulsiona o setor. O cacau também ganha espaço em panificação, laticínios e bebidas, com crescente uso em cosméticos e nutracêuticos.
Paralelamente, o interesse por produtos saudáveis e sustentáveis tem impulsionado os mercados da China, Índia e Brasil, onde marcas locais e internacionais vêm expandindo sua presença. A busca por ingredientes funcionais ricos em flavonoides tem levado os fabricantes a investir em formulações mais naturais e com apelo nutricional.
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