As investigações do Ministério Público da Bahia (MP-BA) apontaram que Joneuma Silva Neres, ex-diretora do Conjunto Penal de Eunápolis, e o detento foragido Ednaldo Pereira de Souza, o "Dadá", negociavam votos por R$ 100 para beneficiar políticos.
De acordo com o processo, Joneuma Silva, presa e denunciada por facilitar a fuga de 16 detentos do presídio há sete meses, passou a trabalhar “politicamente” para uma organização criminosa baiana, na qual passou a fazer parte.
Joneuma intermediava encontros entre o amante Ednaldo e o então candidato a prefeito de Teixeira de Freitas, o ex-deputado federal Uldurico Jr. (MDB).
Nestes encontros, também compareceu o então candidato a vereador do município de Eunápolis Alberto Cley Santos Lima, conhecido como Cley da Autoescola (PSD), apoiado politicamente pelo ex-deputado federal.
O documento aponta que na condição de padrinho “politico” de Joneuma, Uldurico Jr. passou a ter encontros repetidos com Dadá e outros membros da sua organização criminosa, dentro do Conjunto Penal de Eunápolis, com a participação da ex-diretora do local.
Conforme o documento, estes encontros eram cercados de cuidados “especiais”, por parte de Joneuma, para que não ficassem registrados nas câmeras de segurança ou arquivos do Conjunto Penal.
Depoimentos colhidos apontaram ainda que a intermediação de Joneuma com chegou a lhe render valores próximos de R$ 1,5 milhão. A defesa dela nega.
"Em nenhum momento, ela recebeu qualquer tipo de valor. Foi requerida pela Polícia Civil a quebra do sigilo bancário dela. No momento que eles quiserem, eles têm acesso", disse o advogado Artur Nunes.
As investigações apontam que a intenção da ex-diretora do Conjunto Penal, ao intermediar os encontros entre membros do grupo criminoso e o ex-deputado federal era:
A moeda de troca entre a primeira denunciada e o então candidato a prefeito de Teixeira de Freitas era o fornecimento de “eleitores cativos”. Em troca, Uldurico Jr. a apoiaria politicamente para manter-se na administração do Conjunto Penal, representando os interesses da organização criminosa.
Entre os eleitores cativos se incluía tanto os presos provisórios faccionados do grupo, que podiam votar, como os amigos e familiares deles.
Segundo o depoimento de um dos internos da unidade, o voto compromissado era comercializado e cada eleitor aliciado recebia o dinheiro.
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